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Momento de perseverança, equilíbrio e sabedoria

Saídas para as empresas superarem um momento tenso de turbulências gerado pelo Coronavírus

 

Vivemos um momento diferente que exigirá sabedoria e atitudes assertivas. Não será uma mudança com transição rápida, pois temos exemplos claros na China e na Europa.

 

O fato é que no Brasil, que não é país de primeiro mundo e não existem respiradores artificiais para atender a demanda que se configurará mais ou menos assim: em um ano pelo menos 40% da população estará infectada (calculem 40% da população da cidade de vocês) Fonte: infectologista de Harvard. Deste total 13,8% tendem a ter problemas respiratórios e um certo percentual delas deverá ser entubada com alta propensão de uso de respiradores artificiais. Detalhe: cada regional tem, no máximo 40 respiradores que ficarão a serviço de um paciente por 6 a 15 dias.

 

A letalidade é baixa, mas a possibilidade de problemas quando doentes é preocupante, especialmente aqueles que precisarem de auxilio com oxigênio. A maior prevenção nos países que estão conseguindo superar este triste desafio é o isolamento. É a baixa conectividade entre as pessoas. Se conseguir realizar, por favor, priorize esta medida. Como lidar com isto na empresa?

 

Limpar as mãos – Uma das medidas mais importantes. É positivo ensinar as pessoas a limparem as mãos com sabonete/sabão, algo tão bom quanto o álcool: palma com palma, entre os dedos, costas das mãos, punho, laterais das mãos e ponta dos dedos, principalmente abaixo das unhas.  O álcool em gel deve ser bem espalhado e não amontoado sobre as mãos. É uma medida para racionalizar um produto escasso e obter desempenho final similar.  O álcool em gel não é para todas as situações. É para quando você está longe de uma torneira com sabão/sabonete. A toalha não deve ser de tecido pois o vírus se aloja nele: de papel.

 

Se alguém aparecer gripado, seja do que for, preferencialmente usar máscara e fazer com que a pessoa não circule muito no ambiente e tenha abastecimento superior de álcool em gel.

 

A empresa e a produção – A vida deve continuar. Caso pare tudo teremos um problema mais grave ainda no futuro: desabastecimento, o que não é o desejo da sociedade.  Para isso alguns cuidados especiais importantes.

 

Se a empresa tem demanda de mercado – Usar a equipe para a produção atendendo esta demanda com o máximo de proteção e distância pessoal acima de um metro.

 

Se a empresa não tem demanda de mercado – Estudar a possibilidade de férias coletivas ou férias proporcionais e acordos com sindicatos para férias antecipadas. Quando a equipe retornar, na esperada recuperação do mercado, o empresário estará com força total.

 

Se não tem como dar férias – Aproveite e intensifique treinamentos, mesmo que remotos, para quem vende e para quem produz. Ajuste e documente rotinas e processos antes esquecidos por falta de tempo pelas atividades cotidianas. De um treinamento sobre 5Ss e aprimore o ambiente em Descarte, Organização, Limpeza e Ordem Mantida; dê treinamentos de qualificação em produção e qualidade e outros treinamentos que, com profissionais melhor treinados, haverá maior produtividade. Também um bom momento, se estiver parado, para inventariar estoques. Estimule treinamentos virtuais abundantes e gratuitos para as áreas que necessita.

 

Proteção financeira – Ter capital de giro é sempre a melhor saída e salva a vida de muita empresa. Na ausência dele busque se desfazer de algo que possui para fazer dinheiro, desde que saia mais barato que buscar um financiamento ou uma antecipação de consórcio. Sem capital de giro e sem crédito a situação tende a ficar mais tensa: na retomada deverá se desfazer mais do estoque, reduzindo-o, com redução o volume de compras e com estimulação de vendas à vista para honrar compromissos. Buscar um sócio e/ou um investidor pode ser uma saída para quem não tem giro e nem crédito e quer salvar o que possui.  Muitas vezes é melhor ser sócio de 30% de uma empresa saudável do que 100% de uma empresa que fecha as portas. Há, ainda, a possibilidade de tirar proveito das políticas governamentais de apoio ao empresário. Fique atento para empréstimos e benefícios que o governo deverá anunciar, inclusive com possibilidades de postergação tributária, o que tende a gerar um fôlego a mais. Junto aos credores, que sabem da situação e também entendem que você é um bom pagador, negocie, busque o bom senso, mas com responsabilidade.

 

Custos - Analise custos que podem ser reduzidos e não geram valor agregado para o cliente ou produtividade para sua empresa, tomando cuidado para não comprometer médio e longo prazo. Se questione: - É necessário mesmo neste momento? Abra seus custos fixos, detalhando-os e reveja onde pode economizar.

 

Outras dicas

- Use tecnologia remota em favor da empresa. Quem puder trabalhar remotamente, será ótimo para sua empresa.

- Não busque, faça com que alguém traga até sua empresa, limpando adequadamente o que chega.

- Não usar o momento para reduzir a qualidade e a produtividade do que faz. É momento de mantê-la e contribuir para o país que, em caso contrário contrário, sofreria com desabastecimento.

- Valorize o consumo em empresas de menor porte e localizadas no seu território. Elas tendem a sofrer mais neste momento, com créditos limitados senão escassos.

- Você pode fazer reuniões virtuais com qualidade pois os recursos tecnológicos são ótimos. Se informe com seu técnico ou quem entende. Fácil, prático e econômico.

- Elimine toalhas de pano dos banheiros. Podem ser verdadeiros “vetores” do vírus.

- Tenha ponderação. O momento é de pessoas tensas, afoitas, frágeis. O equilíbrio é sempre um grande aliado nestes momentos. Se desespero, a tensão e o emocional for muito fragilizado sua resistência imunológica cairá e estará mais suscetível ao vírus que afeta gravemente a imensa minoria, mas não deixa de ser perigoso.

- Evite e estimule que não consumam bebidas alcoólicas cotidianamente, pois reduz a resistência imunológica.

- Entenda que do limão podemos fazer uma grande limonada e, apesar dos prejuízo, poderemos relembrar deste momento como uma oportunidade de reencontro e aproximação com as pessoas que mais amamos e de valorização do que temos e não percebemos o quão importante é em nossas vidas.

- As empresas precisam continuar. Delas vem nossos empregos e a boa flexibilidade e comum acordo entre empregadores e trabalhadores neste momento difícil faz diferença. No Brasil estão surgindo exemplos incríveis de união de propósito para o bem maior: a preservação da vida e das empresas que geram os empregos que são agentes de transformação social.

O momento é difícil, não pode ser negligenciado. Exige coragem, equilíbrio e uma perseverança incrível, com a flexibilidade de pessoas que pensam no melhor. Estaremos um pouco mais reclusos sim, mas nossa reclusão nos dará a chance de voltar a nossa vida dos sonhos logo, logo. A vida que sempre tivemos...

   

Fonte: Marcelo Silveira Dalle Teze (consultor empresarial da EMX Gestão e Marketing)