Governo federal precisa entregar medidas coerentes para sustentar confiança dos empresários, afirma assessor econômico da Faciap
Fonte: Assessoria Faciap
Durante reunião em Brasília na última quinta-feira (30), no Palácio do Planalto, com mais de 500 empresários e o presidente interino Michel Temer, lideranças do setor produtivo reforçaram a confiança no governo para a retomada do crescimento, o que exige que a equipe econômica de Temer responda à altura. A afirmação é do assessor econômico da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná (Faciap) e professor da FGV-RJ, Arthur Schuler da Igreja. “Sabemos que crise econômica não se forma apenas sobre números, há o fator psicológico. Então, se o empresariado está acreditando no governo, a equipe do presidente precisa aproveitar esse voto de confiança”, diz ele. “É o momento de implantar as medidas impopulares, difíceis, mas necessárias”.
De acordo com Arthur Igreja, a confiança antecipa crescimento, porém, se houver sinais de ambiguidade, como o reajuste salarial aprovado de até 41,47% para os servidores do Judiciário, o clima otimista se torna instável. “A confiança dos empresários é um dos mais importantes indicadores econômicos, já que antecipa investimentos e o aquecimento da atividade econômica. A série medida pela CNI vinha em queda desde 2012 e voltou a subir logo após o afastamento de Dilma”, conta Arthur Igreja. “Mas o empresariado pode mudar de ideia diante de situações como a que vimos nesta semana. Um governo que anuncia corte de gastos e em seguida aprova reajuste salarial de até 41,47% para os servidores do Judiciário e de 12% para analistas e técnicos do Ministério Público da União, transmite ambiguidade. O que abala a confiança”.
O assessor econômico da Faciap afirma que a confiança está começando a voltar, mas apenas se manterá se o governo federal conseguir entregar elementos mais concretos, alinhados com o discurso de reorganização das contas. “Se o governo responder à expectativa dos empresários com ações práticas, começaremos a ver um ambiente psicológico que gera ganhos e atenua o impacto dos ajustes fiscais. Agora é hora de acompanhar as ações de perto”, conclui Arthur Igreja.