Cresce o número de usuários de IA, mas aplicações no varejo ainda são baixas
Agora o desafio do varejo é transformar conhecimento em uso prático da inteligência artificial, faltam recursos e mão de obra especializada
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A inteligência artificial (IA) já faz parte do vocabulário de grande parte dos empreendedores brasileiros, mas sua aplicação prática ainda caminha devagar no varejo e nos serviços. Uma pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) aponta que 87% dos empresários conhecem ou já ouviram falar sobre soluções em IA. No entanto, somente 14% afirmam usar a tecnologia no dia a dia de seus negócios.
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Do lado do consumidor, a percepção é diferente. O estudo CX Trends 2025, da Zendesk, mostra que 70% dos clientes sentem diferença entre empresas que aplicam a IA de forma eficaz no atendimento e aquelas que não utilizam. O recado é claro: quem adota sai na frente; quem não adota, perde competitividade.
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O que trava a adoção
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O levantamento da CNDL aponta três principais barreiras: falta de conhecimento sobre como aplicar a tecnologia (52%), percepção de que ela não é necessária (32%) e limitação de recursos financeiros (16%).
Enquanto isso, os clientes já sabem o que esperar:
61% querem interações mais personalizadas;
67% aceitariam delegar tarefas a assistentes de IA, como resolver dúvidas ou acompanhar pedidos;
60% gostariam de interagir por voz com sistemas mais naturais e humanos.
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Perspectiva de mudança
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Apesar dos desafios, há sinais de virada. Quatro em cada dez empreendedores acreditam que a inteligência artificial será um motor de competitividade nos próximos anos, seja reduzindo custos, otimizando tempo ou oferecendo novas experiências ao cliente.
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Especialistas sugerem três caminhos para transformar o discurso em prática:
Capacitar equipes para compreender e aplicar a tecnologia;
Focar em áreas estratégicas, como marketing, vendas e atendimento;
Investir em personalização, evitando experiências genéricas que afastam o consumidor.
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Enquanto algumas empresas inovadoras já usam a IA para resolver até 90% das demandas sem intervenção humana, o desafio do varejo brasileiro é converter o conhecimento em ação. Mais do que tendência, a inteligência artificial é uma ferramenta capaz de fidelizar clientes e impulsionar resultados.





