ACIG discute futuro dos voos em Guarapuava com representantes de entidades e a prefeitura
Encontro reuniu autoridades e lideranças empresariais para debater a importância da manutenção da conexão aérea entre Guarapuava e Campinas
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Na tarde desta quinta-feira (30), a Associação Comercial e Empresarial de Guarapuava (ACIG) participou de uma reunião no gabinete da prefeitura para discutir o futuro das operações do Aeroporto Tancredo Thomas de Farias. O evento contou com a presença de diversas lideranças, incluindo a presidente da ACIG, Maria Inês Guiné, a presidente da Cacicopar, Daviele Bortolanza, o secretário de Desenvolvimento Econômico, Júlio Agner, o prefeito Denilson Baitala, sua vice Rosângela Virmond, o secretário de Planjemanento e Urbanismo Thiago Pffan, o diretor do Cilla Teck Park, Paulo Alvim, Edson Ono (Fiep), Eloi Mamcaz (CDL), Gabriel Vérissmo (Sindus Madeira), Marcio Richardi (Sindimetal), Luis Fernando Brustolin (diretor do Aeroporto), o vereador Nego Silvio, além de outros representantes do setor empresarial e poder público.
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O principal tema debatido foi a decisão da companhia aérea Azul de suspender a rota entre Guarapuava e Campinas, mantendo apenas os voos para Curitiba. Isabela Bettini Ronco, representante da Azul, participou da reunião de forma remota e justificou a suspensão por questões operacionais. Segundo ela, a companhia enfrenta dificuldades com a falta de equipamentos, com cerca de 30 aeronaves em manutenção.
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Voos lotados não significam necessariamente voos rentáveis, destacou Isabela, ressaltando que a otimização da frota é essencial para a operação.
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Durante a reunião, a presidente da ACIG, Maria Inês Guiné, questionou a decisão da Azul, enfatizando a importância estratégica do aeroporto para o comércio e a indústria regional.
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Nosso aeroporto é regional e atende uma grande demanda dos municípios do interior, tanto no setor de comércio quanto de serviços e indústria. A Azul poderia ter buscado um ajuste antes de tomar essa decisão, principalmente em acordo com a prefeitura e as demais entidades, pois, somos uma rota importante e já perdemos muito no sentido comercial devido aos problemas com as demandas de voos. afirmou Maria Inês.
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Ela também solicitou um posicionamento oficial da companhia sobre a suspensão da rota para Campinas. Outro ponto levantado foi a necessidade de melhorias na infraestrutura do aeroporto para atender às exigências da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). Fernando Mattia, também representante da Azul, explicou que a continuidade de determinadas operações depende da adequação da pista de escape, da sinalização e da qualidade da capa asfáltica.
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O secretário de Desenvolvimento Econômico, Júlio Agner, ressaltou a importância da conectividade aérea para o desenvolvimento da região.
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A manutenção da rota para Campinas é essencial para garantir a competitividade do nosso setor produtivo. Precisamos unir forças para buscar uma solução viável, pontuou Agner.
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Ao final do encontro, a Azul se comprometeu a analisar a possibilidade de retomar a conexão com Campinas futuramente, mas afirmou que, no momento, a medida não é viável. As entidades presentes reforçaram a necessidade de um posicionamento claro para que a sociedade seja devidamente informada sobre os próximos passos.
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A ACIG e demais representantes do setor continuarão dialogando com a Azul e as autoridades competentes para buscar alternativas que garantam a conectividade aérea de Guarapuava e impulsionem o desenvolvimento econômico da região.
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Porque as companhias estão com dificuldades em manutenção?
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A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) prevê que as dificuldades na cadeia de suprimentos continuarão afetando as companhias aéreas até 2025, elevando custos e limitando o crescimento do setor.
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Entre os principais desafios apontados, destaca-se a queda nas entregas de aeronaves. Em 2024, espera-se a entrega de 1.254 unidades, uma redução de 30% em relação às previsões anteriores. Para 2025, o número deve subir para 1.802, ainda abaixo da meta inicial de 2.293.
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Além disso, o backlog de encomendas não atendidas atingiu um recorde de 17.000 aeronaves, o que pode levar até 14 anos para normalizar, caso o ritmo atual de produção se mantenha.
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Outro problema é o número elevado de aeronaves paradas: cerca de 14% da frota global (5.000 aeronaves) segue fora de operação, sendo 700 unidades em inspeção de motores. Esse cenário deve persistir em 2025, impactando a disponibilidade de voos.
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