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Brasileiro está mais otimista

Fonte: CACB

O Índice Nacional de Confiança (INC) da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) registrou 79 pontos em dezembro, dois a menos do que em novembro de 2016. A pesquisa foi feita entre os dias 30 de novembro e 12 de dezembro. O indicador varia entre zero e 200 pontos, sendo que o intervalo entre zero e 100 é o campo do pessimismo e, de 100 a 200, o do otimismo. Em junho de 2015, o INC atingiu 100 pontos e, no mês seguinte, caiu para 84. Desde então se mantém no campo pessimista.

O INC fechou 2016 ligeiramente acima de dezembro do ano passado, quando marcou 77 pontos. Isso não significa, contudo, que a confiança do brasileiro se manteve inabalável ao longo do ano. Em abril, por exemplo, durante o impeachment de Dilma Rousseff, chegou a 64 pontos, valor mais baixo desde que a pesquisa foi iniciada, em 2005.

“A confiança do brasileiro claramente se estabilizou em patamares baixos há mais de um ano. Isso aconteceu porque ele espera um sinal do governo ou das empresas para voltar a consumir com segurança. O governo pode fazer sua parte reduzindo os juros e estimulando a economia. Já às lojas resta fazer promoções para atrair a atenção do consumidor”, afirma Burti, que também é presidente da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp).

“Mas há boas perspectivas”. O otimismo de Burti se explica pelo quesito do INC que pergunta aos entrevistados como eles projetam sua situação financeira para os próximos seis meses: 38% acham que ela vai melhorar, contra 23% que apostam numa piora. Essa relação é melhor do que a registrada em dezembro de 2015, quando 32% tinham visão positiva quanto ao futuro e 31% estavam pessimistas. Também é ligeiramente melhor do que no mês passado, quando as proporções de otimistas e pessimistas eram de 36% e 25%, respectivamente.

No contraste com o mês passado, houve melhora na situação financeira atual: em dezembro, 25% dos brasileiros julgaram-na boa, ao passo que em novembro eram 22%. Frente ao ano passado, esse componente do INC não variou.

“A queda dos preços – principalmente dos alimentos – leva o consumidor a sentir essa tendência de melhora, a ter essa sensação de que as coisas vão melhorar. As sinalizações do mercado levam a perspectivas mais favoráveis”, diz o presidente da ACSP. Ele acrescenta que o alívio da inflação leva a outro fator positivo para o brasileiro, que é a queda dos juros. Por fim, Burti comenta que a educação financeira contribui para o otimismo: com a crise, o consumidor precisou ajustar o orçamento, abrindo espaço para um futuro mais positivo.

Regiões

Nas regiões, a maior variação foi no Nordeste, cuja confiança subiu de 68 para 77 pontos de novembro para dezembro, impulsionada pela queda da inflação dos alimentos e pelas chuvas.

O Norte/Centro-Oeste (de 92 para 96) e o Sul (de 97 para 99), que são as principais regiões agrícolas do País, seguem liderando a confiança nacional. O motivo é a safra recorde do setor, anunciada inclusive pelo IBGE. “A única coisa que está indo para a frente no Brasil é o agronegócio e não só pelo cenário mais recente, mas por tudo o que já foi desenvolvido. Seria muito importante que todas as áreas da economia tivessem o mesmo desenvolvimento que tem a nossa agricultura. O mundo hoje exige qualidade, preço e responsabilidade em todos os segmentos”, diz Alencar Burti.

Já o INC do Sudeste caiu de 70 para 68. O Estado de São Paulo foi na contramão desse movimento: a confiança paulista passou de 62 para 66 pontos de um mês para o outro. “Há um efeito da agricultura em SP, mas trata-se de um estado cuja confiança já estava muito baixa, talvez até exagerada demais. Portanto, é possível que essa melhora seja uma recuperação de terreno perdido”, analisa o presidente da ACSP.

Classes

Entre os grupos socioeconômicos, todos apresentaram variações tímidas. Na classe A/B, a confiança subiu de 67 para 68 pontos. Na classe C, o índice saiu de 77 para 81 pontos. A classe D/E teve leve queda: de 85 para 84 pontos, mantendo-se como a menos pessimista. “É quase um recado para o lojista. A menos pessimista é a D/E, mas é a que menos ganha. Ou seja, se não tiver promoções e opções mais baratas, ela não vai consumir. Outro ponto importante é a subida da classe C. Se os juros começarem a cair mais intensamente em 2017, pode ser que ela volte a liderar o consumo no País”, conclui Burti.

A pesquisa

O Instituto Ipsos realizou entrevistas pessoais e domiciliares em todas as regiões brasileiras, com base em amostra probabilística e representativa da população brasileira de áreas urbanas de acordo com dados oficiais do IBGE (Censo 2010 e PNAD 2014). A margem de erro é de três pontos.

O INC é uma medida da extensão de confiança e segurança do brasileiro quanto à sua situação financeira ao longo do tempo. A medida, além de indicar a percepção do estado da economia para a população em geral, visa a prever o comportamento do consumidor no mercado.